Ola Pedro antes de mais obrigado por
nos concederes esta entrevista…
Nome: Pedro Miguel Moura de Oliveira
Idade/data de
nascimento: 19/03/1987
Percurso
andebolístico:
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Ultras NASC: Muitos conhecem
o Pedro Oliveira, mas diz-nos quem é o “Meme”?
Pedro Oliveira:
A pessoa é exatamente a mesma no seu todo. A alcunha surgiu quando estava a
estudar na escola C+S em Samora Correia colocaram-me esta alcunha por causa do
meu cabelo aos caracóis, que fazia lembrar a lã de uma ovelha e logicamente a
associação sucedeu-se. Todas as pessoas gostaram e acharam piada e a alcunha
foi-se consolidando até aos dias de hoje.
UN: Fizeste toda
a tua formação no NASC e sentes como poucos o que é o peso da camisola. O que te
leva a viver tão intensamente o clube, os jogos e o andebol?
PO:
Comecei a praticar a modalidade a nível federado na longínqua época de
1996/1997. Tudo começou num projecto de parceria entre as escolas e o Grupo
Desportivo de Samora Correia, onde o Andebol estava presente como secção na
altura. Foi um projecto liderado pela Professora Alexandra Ferreira (Stora
Xana) que consistia em levar o andebol às escolas e cativar os alunos para a
prática do andebol. Nessa altura havia cerca de 80 bâmbis (Masculinos e
Femininos) e actualmente tenho conhecimento de apenas três desses bâmbis ainda
praticarem a modalidade, o que me deixa triste. Já são muitos anos a jogar
Andebol e a vestir a camisola do NASC em jogos fáceis ou difíceis, mas quando
se tem gosto pelo que se faz a força de vontade e o querer aumentam bastante e
faz-nos dar o máximo dentro do campo. Durante quase 20 anos este clube deu-me
tudo, formou-me como jogador e ajudou na minha formação como homem sem nunca
exigir não mais que todo meu esforço em treinos e jogos e isso nunca poderei
retribuir, tento fazê-lo dentro de campo dando o meu máximo. Para além disso
todos os dirigentes e treinador que durante todo este tempo lutaram pelo futuro
da modalidade em Samora Correia merecem algo em troca, e tento retribuir todo
esse esforço da mesma forma. Por fim os jovens atletas do NASC são uma grande
motivação, tentamos ser um exemplo para eles dentro do campo e procuramos dar o
máximo para que vejam a força que este clube pode ter se todos lutarem e
trabalharem nos limites. Sinceramente são estes jovens a minha maior força
actualmente, penso neles antes do jogo para que tente dar o meu melhor possível
e eles também um dia me vejam como um exemplo. Enquanto puder assim o farei!
UN: Apenas
realizaste uma temporada fora do clube, conta-nos como foi essa experiencia e
como sentiste o teu regresso a Samora?
PO: Foi
uma experiência bastante enriquecedora. Tudo surgiu após um convite do
Treinador Miguel Gomes e da direcção da Associação 20Km de Almeirim, o Miguel
já tinha sido meu treinador de no meu 1º Ano de Seniores no NASC e ao contrário
de algumas pessoas ligadas ao clube acreditou em mim e nas minhas qualidades
como jogador e fez-me acreditar que podia crescer e melhorar em vários aspectos
e assim aconteceu. Gostei bastante de trabalhar com o Miguel, pessoa com o qual
mantenho uma relação de amizade até hoje e por estes factores senti-me em
dívida para com ele e quando voltou a acreditar em mim e a precisar de mim
decidi aceitar o convite. Havia ainda alguma indefinição em relação á equipa
Sénior no NASC e decidi iniciar uma experiência fora do clube. Conheci novas
pessoas, novas realidades, um clube diferente e ganhei excelentes amigos
durante essa Época. Cresci bastante nessa Época em todos os sentidos o que
tornou tudo bastante positivo.
O
meu regresso como adversário do NASC foi bastante estranho e não foi fácil
entrar num Pavilhão que era como uma segunda casa como adversário. O jogo até
correu bem a nosso favor e só tenho a dizer que a maioria dos adeptos me
respeitaram da mesma forma carinhosa que sempre o fizeram e a equipa
adversária, quer jogadores quer treinadores e dirigentes tiveram igual conduta,
o que só tenho a agradecer. Apesar de tudo ouvimos sempre algumas vozes
dissonantes mas o desporto é assim mesmo.
No
Final dessa Época regressei ao NASC e fiquei bastante contente com o plantel
que encontrei, antigos colegas e novos colegas que me receberam de braços e
tudo isso deu-me muita força para trabalhar ainda mais para conseguir os
objectivos da equipa. Tive a felicidade de encontrar o Treinador Paulo Custódio
nessa época no NASC e foi das melhores coisas que aconteceu enquanto jogador,
fez-me crescer a todos os níveis, disciplinou-me psicologicamente, ensinou-me
muitas coisas que não sabia e conseguiu colocar a equipa a praticar um Andebol
colectivo, elegante e disciplinado que nos permitiu 2 fases finais e uma subida
de divisão. Foi o melhor com que trabalhei até hoje e isso foi das coisas mais
importantes que o regresso ao NASC me trouxe.
Queria deixar um abraço e um grande obrigado a toda a equipa que me recebeu de braços abertos nesse ano, sem qualquer ressentimento e em especial ao Nuno Dias (Justo) que foi o melhor companheiro de posição que tive. Foi uma grande ajuda em vários aspectos durante os anos que trabalhei com ele.
Queria deixar um abraço e um grande obrigado a toda a equipa que me recebeu de braços abertos nesse ano, sem qualquer ressentimento e em especial ao Nuno Dias (Justo) que foi o melhor companheiro de posição que tive. Foi uma grande ajuda em vários aspectos durante os anos que trabalhei com ele.
UN: Qual a tua referência
em que te inspiras?
PO:
Durante todos estes anos tive várias referências dentro e fora do campo. Desde
que comecei a jogar Andebol tinha como exemplo os jogadores dos escalões acima
e sempre que podia treinava e jogava com o escalão acima para aprender mais e
melhorar. Mais tarde e com o passar dos anos passei a ter como exemplo os
jogadores e a equipa senior do NASC e o meu objectivo passou a ser trabalhar
todos os dias para um dia lá chegar. Não foi fácil mas com esforço empenho e
dedicação tudo se consegue. Tive também como exemplos vários jogadores
nacionais e estrangeiros quando comecei a acompanhar mais de perto o Andebol
pela televisão as competições Nacionais e Internacionais.
Fora do campo e do contexto do Andebol a minha maior
inspiração foram os meus Pais, que sempre me deram a educação adequada para
chegar onde cheguei na modalidade sem serem o tipo de pais presentes em jogos
ou treinos ou que elogiassem ou criticassem o que fosse durante o meu percurso
desportivo. Sempre fizeram falta onde foi necessário e cumpriram sempre a sua
função e hoje orgulhosamente podem dizer que o seu filho joga Andebol na equipa
Sénior do NASC, mesmo sem frequentarem o Pavilhão de forma assídua.
UN: Iniciaste à muito pouco tempo um
novo projeto, ser treinador de andebol. Conta-nos um pouco de como foi esses
primeiros tempos e como é passar para os mais jovens os teus ensinamentos?
PO: Ser Treinador foi um pensamento
que me ocorreu há alguns anos. Surgiu como algo ambíguo, algo que não sabia se
iria correr bem ou não e, quando assim é, nada como experimentar. Através da
minha experiência como jogador e dos treinadores que tive, procurei absorver o
máximo de conhecimento durante toda a minha formação, organizar ideias
conceitos e padrões e criar um determinado perfil de treinador para mim. Surgiu
a necessidade de colmatar os escalões mais baixos da Formação (Bâmbis e Minis)
que estavam com pouca matéria-prima e então em conjunto com outros treinadores
criámos um projeto de formação desportiva de forma interna no clube e
conseguimos suprimir a curto prazo várias necessidades do clube, quer a nível
físico quer a nível de recursos humanos e foi assim que a minha aventura como
treinador começou.
Se
existe algo que me deixa extremamente contente com o Andebol para além de jogar
é sem dúvida treinar. É gratificante passar o máximo de conhecimento que
possuímos para os jovens. Para além de tudo o que engloba a iniciação e
aprendizagem do Andebol é muito importante também passar valores, princípios e
sobretudo ajudar na sua educação para o seu futuro, porque para nós mais
importante do que tornarem-se jogadores de Andebol, é mais importante
tornarem-se homens no futuro. É inspirador ver os miúdos com alegria a
praticarem andebol e sobretudo que saiam de um treino ou de um jogo mais
felizes do que entraram. A maior e melhor retribuição que posso ter é um
sorriso da parte deles.
UN: Com a época a caminhar para o final,
estará na hora de se fazer um balanço. Para além de jogador foste o responsável
pela equipa de Bâmbis e Minis juntamente com outros técnicos. A quantidade de
atletas manteve-se do ano anterior? Que futuro vê nestes jovens? E que futuro
te vês no andebol?
PO: No início e durante esta época
continuámos a fazer as habituais actividades de captação de novos atletas para
a prática do Andebol. O número de atletas aumentou ligeiramente desde a época o
que revela que o projecto já trouxe alguma solidez e credibilidade á formação
do clube. Continuamos com o número de Bâmbis e Minis dentro dos parâmetros e
objectivos que pretendemos atingir.
Fazendo
uma análise superficial de todos os atletas de Bâmbis e Minis penso que em
termos de quantidade/qualidade temos que estar contentes e isso vê-se na
classificação das nossas equipas da minis A e B. O processo competitivo que
temos tentando implementar tem sido cumprido e já defrontaram equipas de grande
nível este ano e estiveram á altura da exigência do jogo. O futuro destes
jovens não depende só do clube, mas deles mesmos e dos pais. Procuramos ao
máximo trilhar o caminho certo para eles em todos os factores do seu
desenvolvimento a nível pessoal e a nível desportivo e penso que se
continuarmos a seguir o projecto com a mesma exigência podemos colher a
médio/longo prazo bastantes frutos deste investimento na formação. É preciso
educação, capacidade de trabalho e pré-disposição desportiva para que se
consiga atingir o ponto óptimo da formação desportiva de um jogador.
O meu futuro no Andebol passa cada vez mais por treinar miúdos e cada vez menos por jogar, mas são factores lógicos do desenrolar da nossa vida pessoal e desportiva. Vários jogadores abandonam a carreira e dedicam-se á função de treinadores e espero seguir esse caminho lógico. Senão seguir, pretendo estar ligado de forma activa á modalidade seja qual for a função.
O meu futuro no Andebol passa cada vez mais por treinar miúdos e cada vez menos por jogar, mas são factores lógicos do desenrolar da nossa vida pessoal e desportiva. Vários jogadores abandonam a carreira e dedicam-se á função de treinadores e espero seguir esse caminho lógico. Senão seguir, pretendo estar ligado de forma activa á modalidade seja qual for a função.
Já
que falamos de formação queria deixar uma nota a todos os treinadores e
jogadores da Formação do clube pela excelente época que se tem realizado a
nível global. Não me lembro de uma época de formação desde que estou ligado á
modalidade que tenha sido tão bem sucedida como esta. Parabéns a todos mais uma
vez e a pouco e pouco se vê que o projecto de formação
desportiva é sustentável e que com trabalho se consegue atingir algo mais do
que em anos anteriores.
OBRIGADO
aos Ultras pela atenção. Foi muito agradável e interessante responder ás vossas
questões e sempre que precisarem podem contar comigo, seja para o que for. Não
liguem a conteúdos de ordem externa e continuem a apoiar e a procurar dinamizar
o clube como o fizeram até aqui!
Deixa
uma mensagem para os nossos seguidores no blogue…
Continuem a seguir a modalidade e o NASC no seu
todo, que em formação quer em seniores e elevem sempre o nome do clube onde
quer que vão!
“CONNOSCO QUEM QUISER, CONTRA NÓS QUEM CONSEGUIR”
“CONNOSCO QUEM QUISER, CONTRA NÓS QUEM CONSEGUIR”
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