Curtas


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Entrevista a Pedro Gama



Olá Pedro, obrigado por ter aceite responder a algumas perguntas para o nosso blogue.

É uma honra ter no nosso clube uma pessoa que foi um jogador que marcou uma geração do andebol português e marcante para o desenvolvimento da modalidade.

Fizemos o trabalho de casa e pesquisamos um pouco sobre si…

Começou a destacar-se no panorama nacional ao serviço do SL Benfica, treinado pelo professor Ângelo Pintado. Cedo se percebeu que Pedro Gama poderia tornar-se num dos melhores centrais do andebol nacional, face à sua rapidez de execução, técnica elevada e facilidade no um para um.
Uma grave lesão no ombro obriga-o a afastar-se precocemente da modalidade ao mesmo tempo que o SL Benfica caminha para a extinção da secção. No entanto, o professor Ângelo Pintado não se esquece do seu "aprendiz" e desafia Pedro Gama a regressar aos recintos ao serviço do Olivais e Moscavide, que na altura disputava a III Divisão.
Em 4 épocas, o Olivais e Moscavide transita da III Divisão para a Liga, sob a batuta de Pedro Gama, que apesar da lesão sofrida consegue voltar aos melhores palcos do andebol nacional, merecendo inclusivamente novas chamadas à Selecção Nacional apesar de actuar de um clube de menores dimensões.
Em 2003/04 depois de diversas tentativas leoninas, ingressa finalmente no Sporting Clube de Portugal, onde permanece durante 4 temporadas e conquista os principais títulos da sua carreira: Dois campeonatos da Divisão de Elite e duas Taças de Portugal.
No entanto, fica no clube apenas por mais uma temporada 2006/07, rumando depois ao Belenenses, onde terminaria a sua carreira enquanto atleta.
Passou então a integrar a equipa técnica do SL Benfica, substituindo no início da temporada de 2009/10 o técnico José António Silva no banco dos encarnados.

Assim começou a sua vida como treinador de Andebol.

Ultras NASC: Diga-nos alguma diferença que vê no andebol em Portugal do seu tempo para os dias de hoje?
Pedro Gama: O andebol no meu tempo tinha mais apoios do que aquilo que se consegue hoje. Creio que a minha geração teve a felicidade de poder estar no melhor período do andebol de sempre. Isso tem reflexo hoje na qualidade dos jogadores, mas o lado negativo é o estado financeiro da maioria dos clubes.

UN: Sendo um ex-internacional e jogador de alta competição acha que isso o ajuda diariamente como treinador?
PG: Claro que o ter representado três dos maiores clubes da modalidade e durante o tempo que o fiz ajudou imenso o nível competitivo e a pressão a que estávamos sujeitos era constante, podendo ainda projetar estas experiencias para o nível internacional foi fantástico a todos os aspetos. Estas experiencias melhoraram me muito como jogador, e claro dão uma ajuda muito grande enquanto treinador. 

UN: A sua carreira como jogador foi brilhante, como treinador consegue prever o que lhe espera ou onde pode chegar? Tem algum objectivo/sonho como treinador que queira realizar?
PG: O meu maior sonho como treinador é poder ajudar onde quer que esteja, ser treinador não é fácil, lidar com varias mentalidades e adversidades inesperadas, o treinador é pai, amigo, inimigo e concelheiro. 
Dado o estado atual do andebol não tenho aspirações a longo prazo na modalidade. O principal é conseguir deixar uma marca pessoal e de amizade na maioria dos jogadores que treinar.

UN: Fale-nos um pouco de como foi a sua história até chegar ao NASC…
PG: A minha história vocês conseguiram descreve-la quase na integra na primeira parte desta entrevista. Comecei com 11 no Benfica, depois de ter sido visto por uma comentador de andebol num torneio da cidade de Lisboa. 
Foram 17 passados no mesmo clube passando por todos escalões. O fim da secção e uma lesão grave levaram-me a deixar de jogar e mais tarde á 3 divisão no Olivais e Moscavide, após isso foi novamente as convocatórias para a seleção após 9 anos de ausência. Sporting 4 anos, Belenenses 1 época e o fim por opção. 
Ao fim de 25 anos como jogador teve a felicidade de conquistar: 
  • 2 campeonatos juniores
  • 2 campeonatos seniores
  • 3 taças de Portugal
  • 1 taça presidente da república
  • 1 taça anca
  • 104 internacionalizações
  • vários títulos individuais
UN: O que pode falar sobre estes primeiros tempos no clube?
PG: Os primeiros tempos no clube foram excelentes, começando pela força como fui contatado e recebido pela direção assim como por toda gente ligada ao andebol do NASC.

UN: Os primeiros meses não correram de forma que com certeza esperaria, como vê esta fase menos boa da sua equipa?
PG: Lamentavelmente não é uma fase, é uma constante, houve um desinteresse dos jogadores em treinar, acho que poderíamos a esta altura ter os nossos objetivos concretizados se o plantel tivesse mantido o mesmo interesse e intensidade demonstrada no inicio. O plantel tornou-se muito curto. Peço desculpa a todos por não ter consigo motiva-los de maneira a manterem o interesse comum de atingir o que nos foi proposto. 

UN: Deixe uma mensagem a todos os sócios do NASC e seguidores do nosso blogue…
PG: A todos os sócios o meu muito obrigado pelo carinho e apoio  demonstrado jogo após jogo mesmos quando as coisas não correm bem. Sem duvida em vocês o clube vai conseguir manter uma estrutura e ligação para que de futuro o numero de praticantes seja cada vês mais em Samora.  Para a direção o meu apreço e admiração pelo esforço e empenho que dedicam ao clube e á equipa sénior, têm sido incansável na tentativa de resolver todas as adversidades com que nos deparamos.

 



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